quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Cleberton Santos

Foto: Ricardo Prado


Quixote


Poeta quixotesco, em papel imaginário,
faço meus poemas com tinta do amoroso orvalho
que recolho dos olhos da amada.

Amada de corpo d’água, cabelos de sal, olhos de estrela,
amada pintada pelas cores da alvorada,
amada recitada pelos mares e céus.

Fazer poesia é inventar amadas em castelos de vento.



Caruru dos Sete Poetas

No chão comemos o caruru dos 7 poetas
Entre versos e tachos e sinestesias e bacias

Os poetas revivem a festa das matas africanas
De seus lábios ecoam os ritmos ancestrais

Rodam no terreiro cavalos de poesia
A palavra sibila no atabaque do malungo

Todos cantam na força da magia
7 poetas comem caruru recitando euforias



Menestrel


Vi ontem na roda de poesia
Um poeta de voz alta
Quando seus poemas recitava
Não era alegre, não era triste, não era nada...

Era apenas um poeta que o mundo recriava
Em sonhos em ritmos em palavras...

Um poeta sem chapéu sem terno sem gravata
Recitando para as pedras os cânticos da alvorada...


Cleberton Santos
Propriá – SE (1979)

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